terça-feira, 3 de novembro de 2015

Qual o objetivo dos passatempos falsos no Facebook?

TVI24

Esquema de spam nas redes sociais tem como principal objetivo conseguir chegar aos dados pessoais dos utilizadores

Partilhe esta imagem e ganhe um cartão com 1000 euros em compras”. Esta é a pequena frase que chama a atenção de qualquer utilizador do Facebook e que ao longo desta semana tem invadido os feeds como se de uma “promoção verdadeira” se tratasse. 

Três das empresas visadas por este tipo de esquema foram o Pingo Doce, a H&M e a Pandora. Estas marcas viram ser criadas novas contas de Facebook que pareciam ser reais e partilhada milhares de vezes a publicação de que a marca oferecia um determinado valor em troca de apenas uma partilha. 
Segundo os especialistas Nuno Ribeiro, especialista em redes sociais da empresa de tecnologias Faber Novel, e o jornalista Paulo Querido, este novo "passatempo" não passa de mais um esquema de spam que visa, muitas vezes, aceder aos dados dos utilizadores para depois vender às marcas.
O principal objetivo destes passatempos no Facebook é captar os dados dos utilizadores para depois vender a lojas de informática e a lojas especializadas naqueles produtos. O que levanta outra questão: as empresas que compram estes dados têm de saber de onde vêm eles. Não são dados obtidos de forma legítima e por isso tem de haver cuidado dos dois sentidos".
Para Nuno Ribeiro, o “desespero das marcas em obter dados dos clientes” leva a que as empresas recorram cada vez mais a este tipo de ações nas redes sociais.
Este esquema não é novo. Já tivemos isto por SMS e por emails. Agora as redes sociais são a plataforma mais simpática. É uma prática corrente que tentem por todos os meios obter os dados dos clientes.
Só que as pessoas menos atentas “não reparam no que estão a clicar e estão a mandar os dados para sites russos, por exemplo”. 
Também o jornalista Paulo Querido considera que “as pessoas acreditam em tudo, nos boatos, no que se publica” e acabam por “não ter nenhum cuidado na verificação das fontes, dentro das próprias plataformas”.
Chamar a atenção não adianta porque as pessoas preferem acreditar e na dúvida arriscam. É tão mais fácil. É só um clique.
Mas é esse clique que pode fazer toda a diferença. Apesar de não haver “nada de novo neste esquema”, o objetivo do mesmo é “levar as pessoas para fora do Facebook” e através de sites menos fidedignos conseguir aceder aos dados.
As pessoas devem ter cuidado. Entenderem a quem estão a dar os dados. Têm de denunciar esse tipo de situações e o Facebook, quero acreditar, que bloqueará essas páginas”.
Para os dois especialistas, a máxima deve ser sempre “quando a esmola é grande o pobre desconfia” e os cuidados a ter nunca devem ser de menos.

Empresas visadas alertam clientes para fraude


Contactadas pela TVI24, as empresas visadas no ataque esclareceram que tinham conhecimento das falsas promoções e que já tinham tomado medidas para que os clientes fossem informados de que se tratava de mais um esquema de fraude. 

"A página que está a ser divulgada no Facebook comunicando a oferta de 35 cartões presente Pingo Doce no valor de 1000€ é falsa e utiliza indevidamente o nome e a marca Pingo Doce. Tomámos as providências para denunciar esta fraude junto do Facebook e estamos a esclarecer os nossos clientes através dos canais oficiais de contacto existentes", afirmou fonte do Pingo Doce. 

Dada a dimensão que a partilha deste falso passatempo tomou, a PSP mesmo acabou por emitir um alerta no Facebook para que os utilizadores não abram a "imagem associada a uma hipotética campanha dos 35 anos do Pingo Doce" e que em caso de dúvidas contactem aquela força de segurança.
Também a H&M esclareceu que o departamento jurídico da marca "está a analisar o caso no sentido de prevenir futuras incidências" e que "aos clientes que contactam a H&M procurando esclarecimentos sobre as informações em causa, é dada a explicação de que se trata de uma campanha falsa"

Outra das marcas visadas por falsos passatempos foi a Pandora. A marca denunciou a fraude na sua página oficial, alertando os clientes que se tratava de uma ação "não oficial" e declinando "quaisquer responsabilidades na ligação com a marca PANDORA"

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