As gerações mais jovens cresceram ao lado da evolução tecnológica e a maioria dessas pessoas convive com ela de uma forma muito prática e sem dificuldades.
Pelo contrário, as pessoas mais velhas apresentam mais dificuldades de interacção com o computador e estão, de certa forma, limitados pelas suas capacidades, mas, ainda assim, demonstram vontade de explorar o mundo da tecnologia e da Internet.
Mas como é que os agentes da Internet a podem tornar mais acessível aos mais velhos?
Se hoje em dia temos crianças que parece que nasceram a saber mexer na tecnologia, temos, por outro lado, os mais velhos (não só as pessoas consideradas idosas) que têm grandes dificuldade em compreender pequenos processos no mundo da tecnologia. Mas são estas pessoas que também mais curiosidade têm em descobrir este mundo, principalmente o da Internet.
Há um crescimento de ano para ano do número de idosos que está na Internet, estão nas redes sociais e estão também a comprar online. Se assim é, as plataformas têm que se ir adaptando a este novo público-alvo.
Antes de perceber de que forma é que deve ser feita esta adaptação é necessário ter em consideração algumas características comuns nos utilizadores em idade mais avançada:
- VISÃO: Sensibilidade reduzida a contraste e percepção de cores, além da perda do foco, o que dificulta a leitura das páginas na Web.
- CAPACIDADE FÍSICA E MOTORA: Redução de destreza e controlo motor fino, o que dificulta a utilização do rato para clicar em pontos pequenos que surjam nos sites.
- AUDIÇÃO: Diminuição da audição e menor predisposição para ouvir sons ruidosos.
- CAPACIDADE COGNITIVA: Memória de curto prazo reduzida, dificuldade de concentração e facilidade de distracção.
O World Wide Web Consortiun (W3C) tem vindo a desenvolver padrões para garantir a evolução da Web e aponta quatro qualidades que fundamentam as características de acessibilidade na Internet:
- 1. Ser perceptível: Os utilizadores devem ser capazes de perceber a informação que está a ser apresentada.
- 2. Ser funcional: Os utilizadores deverão ser capazes de navegar pela interface.
- 3. Ser compreensível: A informação e a interface deverão ser compreensíveis.
- 4. Ser directo: O conteúdo deverá ser bem definido para que possa ser interpretado de forma confiável por diversas plataformas, nomeadamente, por tecnologias de apoio.
Com base nestas características, a IInterativa aponta a existência de áreas-chave onde se deve apostar:
Design
- Por padrão, a fonte deve ser grande; evitar texto justificado; o espaçamento entre linhas e colunas deve ser grande e; deve ser evitado texto sobre imagens.
- A paleta de cores deve contribuir para o contraste adequado dos elementos da página.
- É importante que o utilizador perceba qual o texto que tem hiperligações.
- Não utilizar efeitos luminosos ou objectos intermitentes já que podem afectar utilizadores com fotossensibilidade.
Programação
- Criar um estilo de apresentação que seja consistente e uniforme em todas as páginas do site.
- Utilizar páginas externas ao invés de incorporadas ao site.
- Utilizar unidades relativas ao invés de absolutas na linguagem de marcação para os valores de atributos e para os valores de propriedades das páginas.
- Fornecer um equivalente de texto para qualquer imagem importante.
- Fornecer informações que possibilitem aos utilizadores acesso a documentos de acordo com as suas preferências de idioma.
Conteúdo
- Evitar frases complexas, palavras incomuns e expressões técnicas.
- Apresentar uma transição de conteúdo, seja por legenda, áudio ou imagem.
- Criar um conteúdo de fácil compreensão para que o utilizador entenda a mensagem independentemente dos seus conhecimentos, aptidões linguísticas ou nível de concentração
- Criar conteúdo perceptível em qualquer condição ambiental, física ou sensorial do utilizador.
Estas são apenas algumas linhas gerais de como deve ser apresentado um conteúdo na Internet, de forma a que mesmo as pessoas menos predispostas à sua utilização o consigam fazer, como é o caso dos idosos.
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